Castelos No Ar
Quem diria que hoje estaríamos aqui. Que eu, que já não dava nada pelos homens, estaria a chorar de saudades por alguém. Há muito tempo que não escrevia sobre o amor. Tinha medo de quebrar um sentimento tão cristalino, de o amachucar com frases precipitadas como já antes fiz . Parece real não é? Quando parece que, por escrever, por fazer uma memória de papel, esta quebrar-se-á. Uma maneira de a natureza se equilibrar. De nos cobrar a nossa felicidade.
Por isso só agora decidi escrever sobre isto. Sobre o meu segredo que não é segredo, o meu fardo docemente carregado.
Agora para quem mais interessa.
Adoro-te. Não consigo parar de imaginar a tua voz, a tua cara e os teus olhos. O teu sorriso quando olhas para mim, os teus olhos a ver-me como acho que nunca ninguém me viu . Os teus beijos e o teu riso, a maneira como damos as mãos como se fosse algo vital para a nossa sobrevivência. A maciez da tua pele, o aconchego do teu sorriso e o carregar dos teus braços que parecem de metal para me proteger do mundo . Amo-te e mesmo que não o seja, isto parece-me eterno , único . Até porque ao contrário da última vez , não me vejo a beijar mais ninguém nem simplesmente a namorar com outra pessoa.
I´m done here. Faz parte de mim e desta vez não é treta. Não há cá sentimentalismos e castelos no ar. É tudo terreno . Um palácio com bases bem assentes na relva.
Autor(a): Sofia
Enviado por Sofia